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Marta Mendes - Professora de Pintura e Artista Plástica

(Re)una-se com a sua existência e divirta-se!

 

Comecei a pintar tardiamente, já bem depois dos 30.

Considerando que há momentos exactos para se fazerem determinadas coisas na vida, este “tardar “, veio muito a tempo de desenvolver algo que tinha adormecido dentro de mim, e que, pelas circunstâncias da vida, me permanecia lactente. Na verdade, era uma espécie de porta que nunca cheguei a fechar e que, a certa altura, se abriu inevitavelmente de par em par, convidando-me a entrar no apaixonante mundo da pintura.

Decidi então começar a frequentar aulas de pintura numa escola não académica, onde para além de aprender a pintar, aprendi a conhecer-me de uma forma completamente nova. Lembro-me bem do primeiro dia: de olhar para a folha em branco e ter pensado nesse momento, que era incapaz de criar fosse o que fosse, ainda que a aula tivesse um tema. Pouco a pouco fui perdendo o medo e ganhando alguma confiança, e lá comecei timidamente a pintar.

Algum tempo depois, a pintura veio a revelar-se-me algo mais, do que apenas a capacidade de criar. Para além das técnicas de expressão pictórica, a páginas tantas, a pintura, mais do que proporcionar-me o acto de criar, mantinha-me num estado meditativo. Percebi que, independentemente do número de horas seguidas que pudesse estar a pintar, não me lembrava o que pensava, durante esse tempo. Todo o tempo em que pintava, era religiosa e rigorosamente um espaço de tempo diferente, de pura comunicação silenciosa com o meu interior, com a medida deliciosa que o tempo tem, sempre que estamos a viver as melhores experiências da vida.

E, o acto de pintar, uma sensação plena de liberdade.

Recordo o meu querido mestre João Serém - o professor genial que me ensinou mais do que pintar, a comunicar comigo própria - a olhar longamente as minhas pinturas, a oferecer-lhes a sua silenciosa atenção (incompreensivelmente, para mim, que as achava muito medíocres) e a dizer-me com um sorriso enigmático, que tinha muita coisa para trazer cá para fora. Os seus comentários, para grande surpresa minha, não julgavam, ou sequer propriamente avaliavam a forma como eu apreendia as técnicas e desenvolvia os temas propostos, mas antes me aliciavam a pintar, sem o medo ou a culpa, de não estar a criar uma obra de intrínseco valor artístico. Comentava apenas, como se isso fosse o objectivo fundamental da aula: divertiu-se nesta pintura?

De modo que, se no início me preocupava muito com o que poderia ser o resultado final do que estava a pintar, a certa altura isso começou a ser irrelevante. Aprendi a soltar-me, a relativizar a pintura, a olhar para as minhas pinturas de uma maneira emocional, como ilustrações dos momentos de liberdade, paz e alegria, vividos durante o processo da sua criação. Divertia-me imensamente! Extraia do acto de pintar, o prazer supremo de simplesmente Ser.

Embora não as reconhecesse como obras de arte (algumas eram tecnicamente muitíssimo imperfeitas) eram pinturas criadas com dedicação e empenho, e com cada uma delas, aprendi imensamente sobre pintura e também sobre mim própria. Depois de cada aula, sentia-me em perfeita harmonia e voltava para a vida de todos os dias, mais feliz. Desta forma, posso afirmar que a pintura, mais do que desenvolver algo que é único e inerente ao ser humano – a criatividade - é surpreendentemente terapêutica.

 Para além de aprender a pintar, aprendi a observar, sentir e agir sob uma nova perspectiva e reconheço-me hoje como uma pessoa que se respeita e ama a si própria, equilibrada interiormente, atenta e sensível ao que a rodeia. O que inicialmente era o sonho que persegui, de aprender a representar o mundo através da pintura, revelou-se depois, ser a plena realização da libertação do meu mundo interior.

Pintar é, antes de mais, libertar o nosso mundo interior. É exorcizar o pior que nos habita e fazer fluir na forma directamente proporcional à fluidez das tintas, o melhor que temos dentro.

A nossa musicalidade interna.

Mais do que a concretização de um sonho, pintar (como qualquer forma de arte) é uma realização pessoal e existencial. Como diz a minha jovem mas sábia sobrinha: arte é a forma de utilizarmos o corpo de forma correcta.

Por tudo isto, sou mais feliz.

Pela certeza de que concretizar sonhos, é uma escolha sã e que nos coloca no caminho que nos leva a nós próprios.

 

Marta Mendes

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